terça-feira, 31 de julho de 2012

Confissão nº 8

Tenho muitos amigos a minha volta, muitos com quem rir, conversar, me divertir, isso é até fácil. Já na hora de chorar, na hora de mostrar esse ser triste que mora dentro de mim, estou sozinha. Sozinha na hora em que preciso que alguém me proteja do meu maior inimigo: eu mesma.

Confissão nº 7

Não entendo a vida
A conheço, mas não a compreendo
Um dia conhecerei a morte
Não sei que gosto tem
Se é doce, se é amargo
Sei que é, ou melhor, será


Confissão nº 6

Ás vezes eu só queria que fosse fácil explicar como eu me sinto, mas eu não sei que palavras usar, de que modo falar, então eu só continuo calada.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Confissão nº 5


-A maioria das pessoas, se cortam, colocam um band-aid e continuam a vida.
-E o que voce faz?
-Eu continuo sangrando.


Confissão nº 4

Ás vezes eu me assusto comigo mesma, com o que sou capaz de fazer e com o que tenho vontade de fazer. Vontade que as vezes toma conta de mim de uma forma que não me sinto capaz de dizer não. Uma decisão pode mudar muita coisa, e isso me deixa com medo. Com medo do que posso fazer os outros sentirem, ainda mais com medo do que sinto. Queria conseguir parar essa maluquice a minha volta. Eu só consigo me sentir enjoada.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Confissão nº 3



Odeio a forma como as pessoas me tratam agora. Todas as pessoas que souberam do que aconteceu me tratam como se eu fosse de vidro, como se eu fosse quebrar no primeiro deslize. 


Confissão nº 2


Cheguei no hospital com um curativo malfeito no pulso coberto por um casaco cheio de sangue. Naquele momento eu estava longe de ser quem eu sempre queria mostrar que era. Eu estava verdadeiramente vulnerável e envergonhada. 
Sentia que todos me olhavam com um olhar estranho e julgador, como se soubessem exatamente o porquê de eu estar ali. Embora fosse impossível que soubessem.
Uma psicóloga me perguntava o tempo todo o porquê de eu ter feito o que fiz, e me dizia que queria me ajudar. 
Ali, naquele hospital, tudo que eu queria  era fugir, e entendi o porquê de eu querer fugir. A vida me parecia tão inútil, e todo aquele papo dos médicos de "quero te ajudar" só me deixava com raiva. Eu não queria ser ajudada. Só queria fugir dali.



Confissão nº 1

Eu tenho que admitir, por mais doentio que pareça, que eu adorei aquilo. Adorei ver todo aquele sangue na minha mão, e a forma como ele pingava no chão. A sensação era de que eu estava em um sonho, e aquele banheiro, que eu sempre achara nojento e malcheiroso, parecia o melhor lugar do mundo, e tinha o genuíno cheiro da liberdade. A verdadeira liberdade, não aquela que você sente quando seus pais te deixam sair sozinho pela primeira vez, mas aquela que você sente que não vai mais ter fim, e que te deixa tão feliz que você sente que vai explodir. 
Por uns segundos eu me senti a pessoa mais feliz do mundo, enquanto eu sangrava cada vez mais. Por uns segundos eu me senti em paz.

Então vieram os pensamentos. Um milhão de pensamentos e de sentimentos vindos de todas as direções, e eu não pude evitar o pânico, e eu não pude evitar as lágrimas que vieram em seguida. 
Me senti egoísta, me senti a pior pessoa do mundo, por querer ir embora e deixar todo mundo ali. De fazer com eles, o que sem querer, minha mãe tinha feito comigo. Eu sabia o quanto doía. E eu não queria que ninguém no mundo sentisse o mesmo que eu senti, e sentia.

Cada vez eu via mais sangue, e cada vez mais aquilo tudo parecia irreal. Uma parte de mim ainda me dizia que na verdade, eu estava distraída na aula de inglês, e não sangrando no banheiro do colégio.

O meu pânico aumentou, de repente eu não podia mais fazer aquilo.
 Ir embora desse mundo de merda ainda era o que eu mais queria, mais eu vi que não podia fazer aquilo com as pessoas que eu amo. 

Juntei todas as forças que eu tinha e entre lágrimas, peguei o meu celular e liguei para a única pessoa que podia me ajudar no momento. Tudo que eu consegui dizer para ela foi: me encontre no banheiro do térreo. 
Quando ela chegou na porta e perguntou se eu estava lá dentro, eu só disse: por favor, não se assuste. 
Eu sabia que naquele momento, mais do que os outros, aquele banheiro não era uma bonita visão.